Por onde anda essa tal liberdade?


Prisões compõem um estranho mundo
Capitalista,
Globalizado,
Morto de sede pelo saber.

Nas entradas principais estão as crianças
Famintas,
Sofridas,
Vazias.

No corredor os desiludidos se perdem,
Não sabem o que é o amor,
O valor de um sorriso,
Muito menos de uma mão amiga.

Na cela é possível observar um desejo reprimido
Que não ultrapassa barreiras,
Que surge inocente,
E perece por nada.

Lá fora provavelmente a lua está gritando,
O céu implorando pelo socorro
De uma gente que busca ser livre
Do assombro da própria humanidade.

Por onde anda essa tal liberdade?
Quem encontrar
Por favor
Devolvê-la.

Eu amei


Ah! Eu amei.
Nos dias candentes,
Diante da chuva gelada,
Sozinha no frio incisivo,
Acompanhada pela paixão repentina.

Ah! Eu amei.
De forma sincera,
Sem ensejo,
Conhecendo seus defeitos,
Submergindo em nossos desejos.

Ah! Eu amei.
Na primavera que floreia sentimentos,
No outono que deixa no chão as aflições,
No inverno em que os cobertores se encontram,
E no verão onde é mais ardente a paixão.

Ah! Eu amei.
Busquei ser quem eu não era,
Contentando-me com migalhas,
Exaltando as emoções,
Segurando lágrimas em vão.

Ah! Eu amei.
Idolatrei o amor,
Puro, singelo e cheio de cor,
Em barganha nada recebi,
A não ser a solidão que me escolta desde então.

Ela disse Adeus


De repente a vida se perdeu,
O riso se ocultou,
E as brincadeiras viraram saudade.

A tristeza bateu na porta,
A incerteza veio sem pedir licença,
A despedida desejou ser menos dolorosa.

O riso se fez pranto,
As lágrimas transformaram sentimentos,
E a existência pareceu ser errante.

O silêncio sobrecarregou o ambiente,
As palavras não serviram para nada,
Ir em frente se tornou abstruso.

O amanhã se acomodou em drama,
O esquecimento virou sinônimo de nunca,
Porém, a força veio como sustento para a aflição.

Restaram as lembranças...
Dos olhos flamejando a pureza,
Do ser que cumpriu uma missão.

Adeus!
Foi o que ela disse
Antes de partir para um novo lugar.

Parque que se chama Sabiá


Árvores perfiladas laçam os mais diversos olhares,
O vento adoça o verde das folhas,
O lago reflete a transparência do ser.

Pessoas atravessam esta paisagem,
Arrastam pela sombra os sonhos,
E deixam nos vultos as derrotas pálidas.

O caminho está liberto,
Passos largos, pequenos e inocentes disputam atenção,
É lazer, esporte, amor, e até diversão.

O azul do céu vêm de longe,
O sol é parceiro do arco íris,
O milagre dos bichos se faz presente.

Este é o lugar!
Um parque que se chama Sabiá.