Te quero ao meu lado
Teus olhos se fixam nos meus
Tua boca pede incansavelmente a minha
Teu corpo procura aconchego no meu
Tua alma se encontra com a minha alma
O momento já não é momento
As palavras não fazem importância
As ações são presentes
E o amor, versos na poesia
O sentimento grita enlouquecido
Quer viver "tudo"
E ao mesmo tempo
Sente que o "nada" é o bastante
Não vá embora! Te quero ao meu lado
Para que eu possa esquecer que as horas passam
Que o tempo é um controlador descontente
E que o presente pode ser hoje e sempre
Nem tudo pode ser apagado
Queria apagar lembranças
Tristezas
Mágoas e desilusões
Queria apagar incertezas
Soluços
Saudades e perturbações
Queria apagar amores
Desamores
Medos e ilusões
Mas se apagasse
Apagaria a vida
O caminhar que trilhei
E assim não teria sentido
Nem conhecimento
Muito menos aprendizado
Seria somente uma simples borracha
Usada
Detonada
Inconformada
E a vida?
Ah, pobre coitada!
Já estaria apagada
É nessa hora que agradeço
Por nem sempre a borracha
Apagar tudo que eu quis
Alma gêmea existe?
Vai, meu coração, minha alma gêmea buscar
Entre sorrisos e soluços
Há de encontrar
Alguém que faça meu coração cantar
Que realize meus mais altos sonhos
E faça o sentimento valer a pena
Alguém que queira meu bem querer
Que volte quantas vezes for preciso
E que não venha por sorte ou algo assim
Alguém que traga flores sem motivo
Que ame sem cobrar nada em troca
E não importe com a beleza momentânea
Alguém que seja mais que um encaixe perfeito
Que caminhe junto compartilhando ideais
E não queira só encontros de momento
Alguém que consiga entender quem sou
Sem perder o brilho de ser quem é
E, mesmo assim, entender o que podemos ser
Alma gêmea...
Oh, se existe não demora
Tem tanta gente lá fora
E mesmo assim minha alma ainda chora
Uma saudade que não passa
A tristeza grita a ausência
As lágrimas escorrem face abaixo
O coração anda apertado
E a saudade é companheira
As cartas são reabertas
Os cartões são relidos
Os bilhetes mesmo apagados pelo tempo
Ainda decifram sentimentos
As mãos tremem pela perda
A trama não dá paz
A vida parece não passar
E cada segundo é sentido
Os soluços de solidão corrompem
O presente machuca
Dilacera
Perturba
Saudade!
Ah, Saudade amarga...
Tem que ir embora
Mas insiste em ficar
O sertanejo sem o sertão
Do sertão era herdeiro
Batizei a mangueira
Dei nome ao curral
Apossei do vira-lata
Cruzei matas com obstáculos
Consertei pontes quebradas
Empilhei minhas botinas
Persegui a madrugada
Fui vilão do medo
Retalhei o cansaço
Gritei com a preguiça
Contive-me com a viola sem corda
Perdi Maria
Ana se foi
Luzia não quis saber de mim
E Dona Benta era muito ciumenta
Fiquei triste e indeciso
Não quis ver o sol nascer
Entrelacei-me nas lembranças
De um sertão que era tudo
E hoje já não tenho nada
A vida é um labirinto
A vida é um labirinto
Onde os caminhos se tornam confusos
Os sonhos se misturam
Os amores se perturbam
Os encontros viram desencontros
As tristezas se esbarram
As lágrimas viram companheiras
As desilusões se juntam
O querer briga com o poder
O dia passa
A noite passa
As luzes se apagam
O fim se aproxima
E a saída também
Eu quero um amor
Eu quero um amor
Que me queira também
Que em noites frias me esquente
E no calor mate a minha sede
Eu quero um amor
Que seja melhor que eu
Que ofereça flores na primavera
E divida chocolate quente no inverno
Eu quero um amor
Que me chame de meu bem
Que seja sol para os meus dias
E luz para momentos indecisos
Eu quero um amor
Que não seja de novela
Que não venha no cavalo branco
Ou faça parte do conto da Cinderela
Eu quero um amor
Que saiba o que é "Eu"
Que valorize o "Você"
E que acredite na união dos pronomes
A voz da vida
Se a vida lhe apresentar obstáculos,
Mostre que você é capaz de enfrentá-los.
Se a vida colocar pedras no meio do caminho,
Mostre que você sabe fazer o desvio.
Se a vida apagar as luzes,
Mostre que você sabe se conduzir também na escuridão.
Se a vida lhe disser não,
Mostre que "não" não é o bastante.
A poesia
Ela é feita para muitos,
Lida por poucos,
Escrita por alguns.
Faz gente chorar,
Sorrir,
E se emocionar.
Fala de amor,
De paixão,
E das dores de um coração.
Mostra a inquietude da chuva,
O murmúrio da lua,
E o bailar das flores na rua.
Usa versos livres,
Simples,
E até sombrios.
Traz sentido a existência,
Um toque lírico aos sentimentos,
E move “do social” a ausência.
Poesia...
Ah, esta é a poesia!
Arte das palavras,
Linguagem da alma,
E razão para quem não tem "razão".
* Esta é uma homenagem do Blog Poesia Impulsiva ao "Dia Nacional da Poesia", comemorado neste 14 de Março.
Assinar:
Postagens (Atom)